domingo, 8 de março de 2009

"A SEPARAÇÃO CONJUGAL E AS SUAS ETAPAS", Enquanto o casamento perdura é comum haver entre os cônjuges atritos, que por não serem devidamente resolvidos, vão se transformando em mágoas,feridas sendo que muitas delas permanecem de forma indelével e que não se apagam mais.
Considerando que a premissa cultural de que uma relação conjugal deve ser eterna enquanto o casal vive acrescido da pressão social de que a separação é para muitos um fracasso surge daí a dificuldade dos cônjuges em aceitarem o rompimento.
Toda separação enseja psicologicamente um sentimento de desamparo proveniente da perda do cônjuge.
Um cônjuge durante o período de convívio harmonioso projeta no outro seus sonhos, fazendo da pessoa amado um objeto ideal e perfeito.
Quando ocorre o epílogo do casamento, surgem as frustrações e decepções, levando o casal a buscar no Judiciário o cumprimento dos deveres inerentes à condição de casados.
O início da discórdia
"Se você continuar a me tratar assim, o único jeito é a separação". Esta ameaça dita precipitadamente não é pressentida pela dor que um ser humano sofre com a separação.
Após o desenlace começam a surgir mecanismos de sentimentos de culpa.
A falência de um casamento não se dá de uma hora para outra. Trata-se de um longo processo para o qual contribuem os parceiros com suas dificuldades pessoais. A verdadeira causa da culpa, numa abordagem psicológica, é subjetiva e se constrói, quase sempre, com a participação de ambos.
Assim, seria imprudente imputar a aparente culpa por um comportamento que pode ser o reflexo da atitude do outro ou a projeção de um problema do outro.
Os autos questionamentos
Normalmente iniciam-se as perguntas sempre com um raciocínio embasado na autocomiseração e no sentimento de culpa produto de baixa-estima:
"O que fiz para merecer isto?" "Porque não consegui que ele ficasse comigo?" "Não sou suficientemente inteligente (bonita, nova)"; "Era muito ciumenta (excessivamente dedicada ao trabalho, aos filhos)", etc... .
Em resumo, procura-se praticamente desculpar a outra parte.
No plano psicológico, a separação torna os cônjuges confusos e vulneráveis.
A separação passa a causar maior frustração caso quem tenha sido abandonado possa ter vivido experiências difíceis: conflitos, ou a sensação de não ter sido suficientemente amado.
A separação abre as feridas não cicatrizadas, e as deixa expostas. Mesmo assim, é possível sair-se mais forte desta experiência.
A palavra-chave é reagir e a pessoa não deve titubear em pedir auxílio, principalmente quando a pessoa sentir-se incapaz de ultrapassar a situação sozinha. Recomenda-se consultar um psicoterapeuta. para superar a crise.
Alguns ingredientes podem amenizar a dor da separação
1) Evitar a solidão e o isolamento para estabelecer convívios humanos. Naturalmente devem ser pessoas de alta confiabilidade, maduras, e que possam conduzir o sentimento de perda de forma salutar;
2) Infundir na mente que a vida não acabou. Com efeito, nunca é tarde para novos encontros;
3) Algumas pessoas logo após a separação saem desenfreadamente para procurar outro (a) parceiro (a) para esquecer e apagar as más recordações.
É importante que não se deve escolher o novo (a) parceiro (a) para vingar-se do antigo parceiro. Por outro lado, não é interessante entrar imediatamente numa relação estável porque a carência afetiva mascara a observação serena dos comportamentos de outra pessoa.Mais tarde, após a cicatrização da perda, será possível construir uma nova história de amor, com bases sólidas.e sadias;
4) O envolvimento sexual deve ser bem dosado porque após a crise é comum ocorrerem falhas e distúrbios do equilíbrio sexual. Como, por exemplo, sentimentos de angústia ao ser feita a comparação do atual pelo antigo parceiro (a). Se tais problemas surgirem durante as primeiras relações sexuais com um novo parceiro, não se aflija,porque é normal e há necessidade de um período de adaptação.
6) Evitar o jogo maldoso de provocar ciúmes para o "ex", pois que tal comportamento além de não levar a nada depreciará a pessoa com o novo parceiro (a);
7) Aproveitar a recente liberdade para exercer novas atividades de lazer. Pode acontecer que pelo sentimento de perda, nos primeiros momentos, pode diminuir a motivação mas tudo depende de um esforço;
8) Atividades de grupo permitirão fazer novos conhecimentos, alargarão o círculo de amigos e, quando se sentir novamente disponível, talvez encontre um parceiro com interesses comuns;
9)Investir na vida profissional é uma solução clássica e eficaz! Com efeito, permite reagir ao desgosto e, ao mesmo tempo, proporciona satisfação imediata: sucesso e eventual aumento de salário. Este reconhecimento contribuirá para levantar o moral e recuperar a autoconfiança;
10) Evitar as queixas do antigo parceiro (a) pondo o dedo na ferida, pois que além de envolver a mente em sentimentos inferiores, pode entediar as pessoas que estão dispostas a ajudar;
11) Evitar a constante formulação de sentimentos de que tudo acabou por sua culpa;

E VIVER UM DIA DE CADA VEZ
O AMIGO PSICOLOGO